Jovem e Inocente

Jovem e Inocente - Um homem em fuga de uma acusação de homicídio alista uma bela desconhecida que tem de se arriscar pela sua causa.

Jovem e Inocente (1937)
Diretor: Alfred Hitchcock
Escritores: Josephine Tey (romance “A Shilling for Candles”), Charles Bennett (argumento), Edwin Greenwood (argumento)
Estrelas: Nova Pilbeam, Derrick De Marney, Percy Marmont
Género: Crime, Mistério, Romance, Suspense
País: Reino Unido
Língua: Português
Data de lançamento: novembro de 1937 (Reino Unido)
Local de filmagem: Cornwall, Inglaterra, Reino Unido

Enredo:
Uma atriz é assassinada pelo seu marido afastado, que tem ciúmes de todos os seus jovens namorados. No dia seguinte, o escritor Robert Tisdall (que por acaso é um desses namorados) descobre o corpo dela na praia. Corre para chamar a polícia, mas duas testemunhas pensam que ele é o assassino em fuga. Robert é preso, mas devido a uma confusão no tribunal, escapa e foge com a filha de um agente da polícia, Erica, determinado a provar a sua inocência.

Críticas:
“Jovem e Inocente” é um dos melhores filmes pré-Hollywood de Alfred Hitchcock. Contém todas as caraterísticas que caracterizam os melhores dos seus filmes britânicos e é (como muitos outros comentaram) um filme muitas vezes imerecidamente esquecido entre a grande coleção de clássicos de Hitchcock.

Os actores seriam todos desconhecidos para a maioria dos espectadores americanos contemporâneos, mas é um bom elenco que faz plena justiça a uma boa história e que responde bem à direção especializada de Hitchcock. Derrick de Marney é cativante como o herói injustamente acusado Robert Tisdall, e a sua personagem é equilibrada por bons desempenhos do resto do elenco (vários dos quais apareceram em mais do que um dos filmes britânicos de Hitchcock).

Como é frequentemente o caso com os filmes britânicos de Hitchcock, o título é suscetível de múltiplas interpretações. No mínimo, pode referir-se ao herói, à heroína ou à atmosfera e temas gerais do filme. O jovem Tisdall está a ser perseguido pela lei, mas sabemos desde o início que ele é inocente, e o conhecimento dessa inocência permite-lhe manter-se otimista e até brincalhão, apesar dos perigos e complicações que enfrenta. Erica (Nova Pilbeam), a sua relutante amiga e ajudante, é inocente num sentido diferente. Na história, a sua ingenuidade juvenil, especialmente as suposições que adquiriu ao crescer como filha de um chefe de polícia, é desafiada pelo mundo real - talvez pela primeira vez na sua vida. Pilbeam não é uma heroína glamorosa (e esta pode ser uma das razões pelas quais “Young and Innocent” é injustamente negligenciado), mas foi uma boa escolha para retratar a seriedade juvenil e os dilemas morais resultantes da sua personagem.

Apesar da curta duração do filme, este está repleto de pormenores, arte e humor clássicos de Hitchcock, muitos dos quais são mais discretos do que os dos seus filmes mais conhecidos de Hollywood. Vale a pena ver o filme várias vezes, para poder captar e apreciar todos os pormenores. Três sequências são especialmente dignas de nota: (i) o famoso “tracking shot” no clímax do filme, que não só é um excelente feito técnico como também uma forma ideal de preparar a conclusão cheia de suspense; (ii) a festa de aniversário a meio, que encapsula de forma muito subtil a maior parte dos temas e contrastes do filme, e (iii) a sequência do início, que envolve a conferência do herói com o seu advogado, a sua ida a tribunal e a sua fuga, uma sequência repleta de pormenores cómicos demasiado numerosos para serem captados de uma só vez (incluindo uma das participações especiais mais bem-humoradas do realizador).

Qualquer fã de Hitchcock deve apreciar “Jovem e Inocente”. Para além disso, qualquer fã de thrillers que consiga olhar para além de um elenco desconhecido, e que esteja disposto a procurar os toques subtis que caracterizam o trabalho britânico do grande realizador, também achará o filme uma experiência satisfatória.”

• escrito por “Snow Leopard” no IMDb.com
  

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